terça-feira, 29 de outubro de 2013

CELULARES VIII



  • CELULARES VIII
    Tá ligado?
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  • Outubro/2013

     Glauber Rocha precisava apenas de uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, para se expressar com os recursos da sétima arte. Não existe a água que passarinho não bebe? A ideia na cabeça do nosso gênio do cinema surgia com mais facilidade depois de ele fumar cigarro que passarinho não fuma.
    ...
    A câmera na mão, que na verdade era mantida sobre os ombros, pesada, virou uma caixinha que cabe na palma da mão. O celular-câmera é arma poderosa nas mãos do cidadão, do contribuinte, de todo aquele que precisa filmar um ilícito, um crime, um flagrante, uma coisa absurda ou extraordinária. E haja filmadora nesse mundo! Hoje, o primeiro passo, e o decisivo, nas linhas de investigação da polícia é recolher as câmeras de vídeo de prédios vizinhos. É justamente a quebra do sigilo telefônico e do bancário que anda resolvendo, decidindo inquéritos, auxiliando o juiz, no estágio avançado do julgamento.

    Diante disso, o celular fez a festa durante as manifestações, impedindo a visão monocromática da resposta oficial dos governos. Populares gravam os excessos da polícia e a polícia filma os Black Blocs. Em poucos minutos, o vídeo já está rodando pelas redes sociais, virando compartilhamento. Em 2012, durante assalto a um restaurante carioca, na Tijuca, um policial militar foi filmado carregando a bolsa onde os ladrões puseram os valores roubados. Não fosse o vídeo, gravado por celular de um anônimo, quem lembraria o fato, posto que, no momento do crime, era difícil de captar os detalhes?

    Alguém, com filmadora em riste, registrou a cena, postando-a na internet, a proveito das autoridades competentes. O PM filmado, na calçada do restaurante, precisou ser avisado que levou por engano uma bolsa, naturalmente achando que era sua. Esqueceu-se de devolver o dinheiro, em meio a tanta aflição, tiros, correria... A memória costuma falhar numa hora terrível como essa.

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