Eram garotos e garotas que gostavam dos Beatles, dos Rolling Stones, dos Paralamas do Sucesso, do Rock dos anos de 1980/90. Alguns também gostavam dos Menudos (não se reprima...).
Os anos foram passando, as visões se clareando e eles, já adolescentes/jovens, começaram a gostar da MPB. Curtiram Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom, Vinícius, etc.
Os pais (alguns), militantes de movimentos sociais, políticos e religiosos, participavam da luta de resistência à ditadura militar, estabelecida no Brasil entre 1964 e 1985. Eram muitas reuniões: em casa, na igreja e em outros ambientes. Em muitas dessas reuniões, aqueles jovens/adolescentes estavam presentes.
O tempo foi passando, os garotos crescendo: em estatura, conhecimento e sabedoria. Escola, guitarra, violão, piano, grupos de jovens, Movimento Estudantil, tudo acontecia. A casa dos pais virou uma espécie de Centro Cultural-Político-Recreativo. Muitas discussões políticas, apresentações musicais, festas e outras atividades culturais.
Aqueles garotos e garotas, que brincavam na rua, fantasiavam-se de bate-bola, de bailarina, de baiana, no carnaval, que gostavam de Rock, dos Beatles, dos Rolling Stones e, depois, da MPB, do Blues, da música clássica e da literatura, sonhando, cresceram e amadureceram. Hoje, já passam dos trinta anos e estão engajados profissionalmente. São professores, jornalistas, cientistas sociais, escritores e, alguns, com formação em mestrado e doutorado. E muitos deles continuam com os sonhos dos Beatles, dos Rolling Stones, da MPB, dos clássicos, da literatura e não esqueceram a guitarra, o violão, o piano.
Hoje, já não vemos garotos e garotas como aqueles e aquelas que curtiam o rock, os Beatles, Rolling Stones, a MPB. As bandinhas de fundo de quintal acabaram, as guitarras e os violões, os pianos silenciaram. Os grupos que conversavam sobre religião, política e música já não existem mais. As festas de rua acabaram. A juventude está calada, a sociedade está mais triste. Parece até que chegou roda viva e carregou tudo pra lá.
Tenho saudades (e não é saudosismo) daqueles jovens, do barulho das guitarras, do violão, da bateria e do piano, da magia do rock, das bandas, da MPB, do Brasileirinho solado na guitarra, dos ensaios na garagem, das reuniões políticas/culturais embaixo da mangueira, das festas no quintal, das festas juninas e julinas nas ruas, dos movimentos de jovens da Igreja, do Movimento estudantil, etc.
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