quinta-feira, 13 de junho de 2024

VIDA NO SERTÃO

 

 

 

 VIDA NO SERTÃO

                Edmílson Martins de Oliveira

                Junho/2024

 

Eu nasci lá no sertão

Lá morei por algum tempo

Trabalhei muito na roça

Andei de burro e jumento

Comi feijão com farinha

Passei bons e maus momentos

 

Passei por secas terríveis

Sem chuvas pra plantação

Pouca água para beber

Minguada alimentação

Também tinha rapadura

Completando a refeição

 

Apesar da vida dura

Era bonito o sertão

Havia muita alegria

Muita luz na escuridão

O povo não era triste

Também não era chorão

 

O povo lá resistia

Pedindo a Deus pra chover

E quando a chuva chegava

Festejava pra valer

Trabalhava redobrado

Com vontade de viver

 

Sertanejo gente forte

Superava sede e fome

Enganado e castigado

Mantinha firme o seu nome

Não perdia a identidade

Fosse mulher fosse homem

 

Convivi com essa gente

 Destemida forte e brava

 Mesmo com toda a miséria

 Desafios enfrentava

Sendo valente e aguerrido

A vida toda lutava

 

Pra superar a miséria

Tinha uma forte cultura

Tinha reza bonitinha

Tinha novena e candura

Tinha sanfona e forró

Cordel e literatura

 

Mas hoje o sertão mudou

Com cultura destruída

Pois sistema pervertido

Mudou sentido da vida:

Não mais  penso logo existo

Só consumo pra ter vida

 

A cultura popular

Sustentava nosso povo

Mas ordem capitalista

Sempre contrário ao novo

Impôs a falsa cultura

Mostrando falso renovo

 

A dona tecnologia

Pra servir ao capital

Levou lá para o sertão

A cultura que faz mal

Induzindo um povo forte

A largar seu cabedal

 

Mas o povo tem valores

Os quais não esquece jamais

Um dia vai se lembrar

Dos conselhos ancestrais

Lutará com toda a força

Como nos anos atrás

 

O sertão vai virar mar

Como disse o Conselheiro

Pois o povo do Nordeste

É lutador e fagueiro

E tem a força e coragem

Do bom povo brasileiro

 

 

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