GREVE DOS MOTORISTAS
Edmílson Martins
Março/2022
Todo dia levo gente
Pra começar no batente.
Carrego pra lá e pra cá
Adultos, jovens, crianças,
Com cuidado e segurança
Não deixando machucar
Além de ser motorista,
Correndo riscos na pista,
Eu sou também trocador.
Com uma mão no volante,
Num pelejar irritante,
Sou duplo trabalhador.
Meu salário muito baixo,
Fico com cara de tacho,
Vendo as contas a pagar.
E fico preocupado
E quase desesperado,
Não me animo a trabalhar.
Fico assim indignado,
Com salário apequenado,
Que já nada representa.
E ganhando quase nada,
Sinto uma fome danada,
Tudo isso me atormenta.
Sendo assim, eu me rebelo,
Minha indignação revelo,
Pois já não aguento desprezo
Dos que só fazem lambança.
Alimentando a ganância
Tratam-nos com menosprezo.
Pra defender meus direitos
Faço greve, não tem jeito
Mesmo sendo antipático.
Na direção sou capaz
É quero viver em paz
No trabalho sou simpático.
Com bases quero ficar
Pra direitos conquistar.
Que a direção sindical
Não fique assim desligada,
Ficando aprisionada
Pelo poder patronal
A estrutura sindical
Como está vai muito mal.
Hoje sem autonomia,
Os sindicatos são frágeis,
Fazem coisas lamentáveis
Que pra mim é covardia.
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