terça-feira, 23 de março de 2021

HISTÓRIAS DO BANCO DO BRASIL

 

 


 

                      HISTÓRIAS DO BANCO DO BRASIL

                            Edmílson Martins

                             Março 2021

 

 O Banco do Brasil, até a década de 1970, era a instituição que oferecia os melhores salários e melhores condições de trabalho.  Por isso, os jovens de classe média optavam por emprego naquela instituição, através de concurso público. O concurso era difícil. Geralmente, eram aprovados até 5% das pessoas inscritas.

 Apesar de não ser de classe média, em 1963, depois de quatro anos de estudos intensivos, com muita dificuldade, fui aprovado no concurso do banco e localizado na agência de Madureira, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

 Os colegas mais antigos sempre recebiam os que chegavam com muita simpatia. Davam as boas-vindas e os integravam no ambiente de trabalho com muita familiaridade, proporcionando o bem-estar, principalmente, dos que nunca tinham trabalhado.

 Dentro desse clima fraterno e acolhedor, conversava-se sobre tudo: futebol, religião, músicas, política etc. O ambiente era muito descontraído e, ao lado do desempenho das tarefas diárias, havia muitas brincadeiras, piadas, histórias, comentários de todos os tipos.

 Certo dia, um colega novo, que nunca tivera emprego, logo, sem nenhuma experiência de ambiente de trabalho, datilografava numa máquina elétrica, realizando sua tarefa, quando faltou luz.

 Aí, ele foi ao chefe da seção e comunicou:

- Senhor fulano, a máquina parou de funcionar.

 O chefe, muito brincalhão, resolveu brincar com o colega.

- Ah! É? Isso acontece quando falta luz. Mas existe uma manivela que faz a máquina funcionar. Fica com o gerente. Vá ao primeiro andar e peça a ele essa manivela.

 O rapaz, na sua ingenuidade, foi ao primeiro andar falar com o gerente. Quando ele saiu, todos os colegas começaram a rir.

 O rapaz chegou ao gerente, deu bom dia e falou:

- Vim pegar a manivela.

- Que manivela, rapaz – perguntou o gerente, espantado.

E o rapaz:

- A manivela da máquina de escrever. Faltou luz, a máquina parou. O chefe pediu que eu pegasse a manivela com o senhor.

 O gerente sorriu, compreendendo a ingenuidade do rapaz e falou:

- Não existe manivela, os colegas estão brincando com você.

 O rapaz voltou pra seção e encontrando todos os colegas às gargalhadas, exclamou, já entrando no clima de brincadeiras:

- Vocês estão de sacanagem comigo! E também sorriu.

 Esse clima de brincadeiras sempre aprofundava o relacionamento entre os colegas, tornava o trabalho mais ameno e o ambiente mais humano e fraterno.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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