A FÁBULA DO BODE NA SALA E O BRASIL
Edmílson Martins
Fevereiro 2021
Conta-se que um lavrador vivia em uma pequena e modesta casa, mas perdia a paciência com as reclamações da mulher e filhos com as condições em que viviam, com o desconforto da casa e impacientes com ambiente ruim. Ao pedir conselho ao pároco ele chegou a se espantar com a solução apontada por este: “bote um bode na sala, e volte daqui a uma semana”.
Assim fez, confiando no conselho do velho pároco. Uma semana depois o lavrador retornou e ouviu logo a pergunta do pároco: “e aí, as coisas melhoraram em sua casa?”. De pronto, ele respondeu: “De jeito nenhum, padre. Está muito pior. Todo mundo está chateado com essa situação, é uma sujeira danada, a casa está caótica e fedida. Estamos mais tristes do que antes”.
O pároco então deu a sugestão final: “volte para casa, tire o bode da sala e verá o que acontecerá”.
Feito isso, o lavrador voltou e retirou o bode da sala. Foi aquele alívio. A família lhe agradeceu efusivamente, se prontificaram a ajudar mais e a não reclamar da situação, e elogiaram sua bondade em solucionar aquele infortúnio.
MORAL:
A relação dessa estória com a História da nossa República, e seus diferentes governos não é mera coincidência. Há sempre um “velho pároco” apontando falsas soluções. “Pra melhorar, bote o bode na sala. Não deu certo? Tire o bode da sala”.
E assim, o povo vai continuar sempre sendo enrolado, enquanto ficar sempre dependendo de conselhos de “velhos párocos”. O povo precisa ser agente do seu destino, libertando-se das amarras da escravidão. “Infeliz a nação que precisa de heróis.“ — Bertolt Brecht.
“QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA”! (Lucas 8, 4-15)
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