A IRRITAÇÃO DO SENHOR DEUS
Edmílson Martins de Oliveira
Abril/2024
Provérbio 29-2: Quando os justos governam, o povo se alegra;
quando os injustos governam, o povo geme.
“O Senhor irritou-se contra Salomão, porque o seu coração havia se desviado do Senhor, Deus de Israel, que lhe aparecera duas vezes e lhe tinha proibido expressamente que se unisse a deuses estranhos. O Senhor disse-lhe então: “Já que procedeste assim, e não guardaste a minha aliança, nem as leis que te prescrevi, vou tirar-te o reino e dá-lo a teu servo”.
Mais tarde, disse o Senhor a Jeroboão, rei de Israel, que tinha sido servo de Salomão:
“Elevei-te do meio do povo, para fazer de ti o príncipe do meu povo de Israel, mas fizeste maiores males que todos os que te precederam, e chegaste até a fazer para ti deuses estranhos e figuras fundidas. Por isso, abandonarei Israel por causa dos pecados de Jeroboão, que pecou e arrastou também Israel ao seu pecado”.
Isso aconteceu no Século X antes de Cristo. Séculos depois, ou seja, no Século XV1, da era cristã, Camões dizia, em “Os Lusíadas”, referindo-se ao desastrado rei dom Fernando, de Portugal: “Um fraco rei faz fraca a forte gente”.
Hoje, passados 2024 anos da vinda de Cristo, o Senhor está dizendo aos governos, ditos populares, pós ditadura:
“Vocês foram escolhidos para governar o Brasil, com o objetivo de retomar a caminhada do meu povo rumo à liberdade, interrompida em 1964 pela ditadura militar, mas desviaram-se dos meus caminhos, tornando-se aliados dos que cultuam deuses estranhos, bezerros de ouro, ídolos do poder do dinheiro e do lucro, impregnados da ambição de dominar.
Meu povo, escravizado por centenas de anos, precisava de condições para conquistar sua libertação. Vocês foram escolhidos para criar essas condições. Mas se afastaram de mim e do povo e se aliaram àqueles que sempre o mantiveram na escravidão. Como Salomão e Jeroboão, vocês me trocaram por falsos deuses, tornaram-se idólatras e estão arrastando meu povo à idolatria do consumismo, da superficialidade, da vida sem rumo, do individualismo, do espetáculo. E com isso, o que está acontecendo? A corrupção, a violência, a insegurança, o pessimismo, a descrença e a desesperança.
Vocês deixaram de ser meus companheiros, porque se afastaram da luta de libertação do povo oprimido. O que vocês oferecem ao meu povo não é o que eu quero para ele. Lembram-se da tentação no deserto? “Nem só de pão vive o homem”. Quero-o livre, crescendo em dignidade, por isso o fiz à minha imagem e semelhança. Como vocês estão fazendo não ajuda o povo a ser livre, a “fazer com o seu braço o seu viver”. Vocês estão fazendo o que sempre fizeram aqueles que desprezam o povo, com falsas soluções, para mantê-lo sob seu domínio.
Os seus governos foram estabelecidos para combater o capital especulativo e a concentração de riquezas e promover justa distribuição de renda. Nunca, como agora, os banqueiros e o grande capital foram tão beneficiados, com lucros exagerados. Devia, em seus governos, crescerem a participação e organização dos trabalhadores, tornando os sindicatos fortes, mas os trabalhadores estão cada vez mais apáticos, desorganizados e os sindicatos cada vez mais fracos.
Nos seus governos devia crescer a participação política do povo, mas está crescendo a desilusão, a indiferença e até o nojo da política. Vocês foram escolhidos, para combater a corrupção, a falta de ética e a pequenez na política, mas em seus governos tudo isso cresceu. E a saúde pública, a educação e as relações sociais não estão bem. E os seus governos tinham o objetivo de construir uma sociedade socialmente justa, com boa saúde, educação de qualidade sólidas e fraternas relações sociais.
Não estou satisfeito com seus governos, porque não buscaram a justiça que meus profetas anunciaram, confirmada por Meu Filho, em sua visita à terra. Lembram-se do que Ele disse? “O Espírito do Senhor me ungiu e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para anunciar aos oprimidos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos”. É isso que eu quero para o meu povo: a libertação. A restauração da sua dignidade. E que ele tenha vida em abundância, sem amarras, com possibilidades de crescimento.
Estou triste com vocês, mas ofereço-lhes mais uma oportunidade de recuperação. Voltem para os meus caminhos, afastem-se dos falsos deuses, saiam das alianças espúrias, fiquem ao lado do povo. não vale a governabilidade a qualquer preço. Se vocês abraçarem o meu projeto, cumprir os meus mandamentos, governar com o meu povo, ajudando-o a ser livre, estarei sempre ao lado de vocês, fortalecendo-os e protegendo-os, como estive ao lado de Davi, que me foi fiel”.
Esse é o recado do Senhor Deus, que deve estar mesmo irritado com o que ocorre em nosso país, como esteve irritado com Salomão e Jeroboão pela infidelidade aos mandamentos propostos. Na verdade, Deus não abandonou o povo de Israel, foi este, arrastado e prejudicado, como hoje, pelos pecados dos seus governos, que abandonaram o Senhor Deus.
A corrupção existente em nosso país, está corroendo a alma da nação e, como Jeroboão, arrastando o povo ao pecado, enfraquecendo sua personalidade. “Um fraco rei faz fraca a forte gente”, já dizia Camões.
E Deus deve estar mesmo indignado e triste ao ver que governantes desprezam o seu projeto de Justiça, trocando-o por projetos oferecidos por falsos deuses, por ídolos do capital, que semeiam a desigualdade, a violência, a desarmonia, a desilusão, o desastre e a infelicidade.
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