sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

2023 partindo, 2024 chegando em paz

 

 

            2023 PARTINDO, 2024 CHEGANDO EM PAZ

 

                             Edmílson Martins de Oliveira

                             30/12/2023

 

Lá se vai 2023. Parte, levando as contradições humanas. Leva na sua mala tragédias, tristezas e alegrias. Talvez, mais tristezas do que alegrias. A mala vai mais pesada, porque leva a tragédia das guerras entre Rússia e Ucrânia; entre Israel e Palestina, com o impiedoso massacre do povo de Gaza; a tragédia das ocupações dos  Estados Unidos em diversos países do mundo, deixando um rastro de devastações, misérias, mortes e tristezas.

 

2023 leva consigo, na mesma mala, a tragédia das desigualdades sociais, das injustiças sociais, pobreza, miséria e fome, que atingem mais da metade da humanidade. Parte, deixando a minoria rica mais rica e a maioria pobre mais pobre.

 

Que bom seria que levasse todas essas desventuras para o abismo profundo, para nunca mais voltarem. Que bom seria que levasse consigo toda essa herança maldita e deixasse o mundo em paz.

 

Mas, apesar de tudo isso, a humanidade continuará sua caminhada em 2024, “louvando o que bem merece, deixando o que é ruim de lado”, como já pregou Gilberto Gil. E como canta Roberto Carlos: “Toda essa multidão/Tem no peito amor/E procura a paz/E apesar de tudo/A esperança não se desfaz”.

 

Apesar dos pesares, das tragédias, das tristezas, manteremos a alegria da esperança num mundo melhor. Por isso, parafraseando Geraldo Vandré: aprendemos a dizer não, ver a morte sem chorar, pois a morte, o destino, tudo, estão fora do lugar, vivemos pra consertar.

 

E, com Mílton Nascimento, vamos seguindo pela vida sem querer a morte, porque temos muito o que viver, sem sonhos, sem fantasia, fazendo com o nosso braço o nosso viver. E com Caetano Veloso, “caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos, queremos seguir vivendo, amor. Nós vamos. Por que não? Por que não”?

 

Também vamos, com Geraldo Vandré, caminhando e cantando e seguindo a canção e com Chico Buarque, mostrando o mundo lindo lá fora, que só Carolina não quer ver. Mas, apesar da tristeza da Carolina e da roda viva, que leva tudo pra lá, vamos todos para a rua pra ver a Banda passar e cantar com ela coisas de amor. E vamos reagir, cantando com Chico, “Apesar de você/Amanhã há de ser outro dia”. E “cada paralelepípedo da velha cidade/ Vai se arrepiar. E aí vamos ver de perto uma cidade a cantar/A evolução da liberdade/Até o dia clarear”.

 

Pois é, em 2024, combateremos o bom combate, com Deus no coração, sem medo de errar e sem medo dos que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma. Combatendo o bom combate, sem perder a fé, a esperança, a coragem, chegaremos ao final da corrida.

 

E para terminar, esses versos da linda canção de Martinho da Vila:

Canta canta, minha Gente./Deixa a tristeza pra lá./Canta forte, canta alto,/Que a vida vai melhorar. E a garra de Maria, Maria, nesses versos da canção de Mílton Nascimento: “Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça/É preciso ter sonho sempre/Quem traz na pele essa marca/Possui a estranha mania de ter fé na vida”.