SÍTIO IPUEIRA (Barro-CE)
Edmílson Martins
Junho/2022
Ipueira! que saudade
Daquele sítio ancião.
Lá tive vida ditosa
Com pais, amigos, irmãos.
Saudade do açude grande
Com banhos e natação.
Aqueles domingos bons
Eu não posso esquecer não.
Saudade do terreirão,
Das cantigas de criança,
Das brincadeiras de roda,
Dos meus amigos de infância.
Saudade da velha casa,
Das festas de São João
Com milho assado na brasa,
E bolos, fogos, balão.
Saudade das farinhadas,
Do engenho, da rapadura.
Tudo lá era beleza,
Apesar da vida dura.
Saudade dos repentistas
E também dos violeiros,
Do samba forrobodó,
Do fole, do sanfoneiro.
Lembro as roças de feijão,
Ao lado do milharal,
O arroz plantado nas várzeas
E o verde canavial.
Lá não havia tristeza
Nem tampouco solidão.
E as noites? Sempre bonitas,
Com o luar do sertão.
Esse sítio tem História,
Dele não me esquecerei.
Tá gravado na memória,
Saudades sempre terei.
É sítio familiar,
Passado de pai pra filho,
Bem cuidado e com carinho
Por isso sempre tranquilo.
Podemos mesmo dizer
Que é um sítio cultural,
Com criações populares
E cultura musical.
Hoje, Maura e meus sobrinhos
Mantêm, com muita razão,
Aquele sítio beleza
Deixado por meu irmão.
Neste cordel agracio
Emídio, saudoso irmão,
Que manteve aquele sítio
Com muita dedicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário