sexta-feira, 8 de julho de 2011

APRENDENDO A DIZER NÃO

APRENDENDO A DIZER NÃO

Edmílson Martins



“Sentindo que a violência/Não dobraria o operário/Um dia tentou o patrão/Dobrá-lo de modo contrário/De sorte que o foi levando/Ao alto da construção/E num momento de tempo/Mostrou-lhe toda a região/E apontando-a ao operário/Fez-lhe esta declaração:/ - Dar-te-ei todo esse poder/E a sua satisfação/Porque a mim me foi entregue/E dou-o a quem quiser/Dou-te tempo de lazer/Dou-te tempo de mulher/Portanto, tudo o que ver/Será teu se me adorares/E, ainda mais, se abandonares/O que te fez dizer não.”

(Operário em construção – Vinícius de

Morais )



O povo queria ser

Em seu destino mandar

Queria muito crescer

Pois tinha amor para dar

Porém um golpe sangrento

Atrapalhou seu intento

Disseram: revolução!

Proclamaram redentora

E do povo salvadora

Sendo grande enganação



Por causa da violência

O povo ficou calado

Não praticou resistência

Porque foi silenciado

A chamada redentora

Com a força coatora

Procurou desmantelar

Toda a organização

E poder de decisão

Para o povo controlar



Mas o povo pensativo

Aos poucos foi despertando

Do passado combativo

Pouco a pouco foi lembrando

Trabalhadores pacatos

Agindo nos sindicatos

Com as reivindicações

Os estudantes ativos

Não queriam ser cativos

Mas sim participações



Cresciam intensamente

Os gritos de rebeldia

Número de resistentes

Aumentava todo dia

Mas ditadura sangrenta

Sem moral e violenta

Partiu para a repressão

Prendeu, torturou, matou

Sonhos bons arrebentou

Implantando sujeição



Com a dura repressão

Houve certo retraimento

O povo na escuridão

Entrou em recolhimento

Mas o tempo foi passando

E as visões se clareando

Outra vez foi ressurgindo

A vontade de lutar

Pra fazer tudo mudar

Continuou resistindo



A ditadura sentindo

Que com toda a violência

Tava o povo resistindo

Agiu com mais indecência

Fingindo ser democrática

Oferecendo na prática

O poder de decisão

Tudo lhe seria dado

Se acatasse de bom grado

Interesses do patrão



O povo sempre discreto

E na sua solidão

Indiferente, indireto

Respondeu dizendo não

Mas a ditadura esperta

Logo dirigiu oferta

às lideranças do povo

Algumas não aceitaram

Muitas Outras vacilaram

Outras fugiram do novo



E o PT disse sim

- Operários no poder!

Mesmo submissos assim

Famosos podemos ser

Ditadura continua

O povo saiu da rua

A corrupção é patente

Participação murchou

Trabalhador recuou

O banqueiro tá contente



Ser governo desse jeito

Com toda essa submissão

Para nós não é direito

Porque é escravidão

Ser governo assimilado

É querer ser humilhado

Por sistema corrompido

É aceitar tentação

Pra cair na corrupção

Trair povo destemido



Assim agem resistentes

Hoje na situação

Esqueceram tão somente

Que sofreram repressão

Administrando sistema

Que com seu estratagema

Mantém a dominação

Alimentando ganância

Sem pudor com arrogância

Roubando população



Assim fazemos apelo

A quem tem bom coração

Áquela gente de zelo

Livre da tribulação

Para que façamos força

Pra reunir nossas forças

Para juntos sendo fortes

Conquistar a liberdade

Erradicar a maldade

Que nos causa muitas mortes.

Rio, maio de 2011

“A paz é fruto da justiça”

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