CORDEL DA TRAGÉDIA SERRANA
Edmílson Martins -25/01/2011
A tragédia na serra
Oh Deus! Que horror!
Acabou com muitas vidas,
Semeando muita dor.
Famílias destroçadas
Com fim em pleno vigor.
Não vamos buscar culpados,
Diz a gente conformada.
Precisamos é ajudar.
E esquecer gente safada?
Culpados ficam impunes,
Com gente prejudicada?
Por crime de omissão
Alguém tem que responder.
O primeiro responsável
É quem está no poder,
Que pra salvar interesses
Deixa a coisa acontecer.
O desastre ocorreu
E não vamos lamentar,
Mas exigir dos governos
O dever de governar.
Vamos cobrar os cuidados
Que eles devem cultivar.
Precisamos ajudar,
Mas sem acomodação.
Ajudar, mas combatendo
A perversa corrupção
Dos que enriquecem fácil
À custa da arrumação.
O nosso governador,
Também nosso presidente,
Prefeitos, parlamentares,
Todos estavam cientes
Dos problemas do serrado,
Porém, não foram previdentes.
O povo precisa ver
E prestar muita atenção
No fazer dos governantes
Do Estado, da nação.
Exigir fidelidade
Às promessas de eleição.
Rio, 25/01/2011
" Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores". (Cora Coralina)
sexta-feira, 8 de julho de 2011
SAUDADES DO BANCO DO BRASIL
SAUDADES DO BANCO DO BRASIL
Edmílson Martins (2006)
Tenho saudades do Banco do Brasil do passado. Não é saudosismo, mas saudade terna, memória viva, boas lembranças que bem poderiam iluminar o presente. Dizia-se que o banco era uma mãe. Havia verdades nessa observação, embora, em alguns momentos, agisse como madrasta, digamos, generosa. Mas, de um modo geral, o banco era pai e mãe, generoso para com seus funcionários, valorizados como parte integrante do seu patrimônio.
Toda a trajetória de vida no Banco do Brasil começava na preparação para o concurso. Eram pelo menos quatro anos de estudo específico - a duração de um curso universitário. Não havia exigência de conclusão do Ensino Médio, (ou Científico, naquela época). Muitos foram aprovados no concurso apenas com a conclusão do Curso Ginasial ( hoje, Fundamental). Mas as matérias exigidas eram as do Ensino Médio: Português, Matemática, Contabilidade, Francês, Inglês e datilografia. Era um concurso difícil. Os candidatos tinham que estudar muito. Quem podia pagava cursinho, quem não podia estudava sozinho. Eu, por exemplo, estudei sozinho. Foram longas noites e longos fins de semana de estudo. As provas eram assim: uma redação, questões de gramática, dez problemas de Matemática, dez questões de Contabilidade, textos de Inglês e Francês para traduzir. Datilografia, 150 toques, mínimo, por minuto, com duração de 6 minutos. As provas valiam 100 pontos cada, com média geral de 60 pontos. Todos os rascunhos acompanhavam as provas e, em Matemática, os problemas tinham que ser desenvolvidos no rascunho.
A aprovação no concurso era uma grande emoção, porque era a realização de um sonho. Era, talvez, o melhor emprego do país. A emoção era ampla. Emocionava-se o candidato, emocionava-se a família, emocionavam-se os amigos. Lembro-me que meus pais espalharam entre todos os seus amigos e parentes: “Edmílson, nosso filho, passou no concurso do Banco do Brasil!”. Era uma festa.
No banco, a emoção da posse e do primeiro dia de trabalho. O ambiente era de boas vindas, com apresentações aos colegas mais antigos, que tratavam de favorecer a ambientação do novo colega. O ambiente de trabalho facilitava o relacionamento entre os colegas, era fraterno. O banco pagava bem. Eram três salários de gratificação anual, mais o décimo terceiro e, às vezes, tinha uma gratificação extra. E havia licença-prêmio- três meses a cada cinco anos-, cinco dias de abono por ano e aos dez anos de trabalho, o funcionário tinha direito a se inscrever para adquirir o financiamento da casa própria pela Previ. O empréstimo acontecia, geralmente, entre um e dois anos após a inscrição. Havia um Quadro de carreira regular, com promoções automáticas.
Além das vantagens financeiras e das boas condições de trabalho, o novo funcionário já encontrava no Banco do Brasil uma tradição de luta do funcionalismo em defesa dos seus direitos e do banco, enquanto instituição dedicada ao serviço do povo e ao desenvolvimento do país. A Previ, a Cassi , outras organizações sociais e a manutenção, por muito tempo, de uma estrutura salarial sólida, são frutos dessa luta, empreendida através da história.. Foram muitos, e acho que ainda hoje são, os lideres sindicais, políticos, sociais e os valores acadêmicos, artísticos e literários surgidos entre o funcionalismo do Banco do Brasil. Não foi por acaso que a repressão da ditadura militar agiu com tanta violência dentro do banco, punindo, demitindo e prendendo funcionários ativistas.
Tomei posse no banco em 1963, na Agência Madureira-RJ, depois transferido para a Agência Centro-Rio, onde me aposentei em 1987. Participei ativamente do movimento sindical e até fui presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, em 1972 – bem no tempo da “ditadura escancarada”(como diz Hélio Gaspare). Foi em função dessa participação que escrevi o livro “Bancários – Anos de resistência -1964-1979”, editado pelo Sindicato dos Bancários –RJ.
Foram 30 anos de vida bancária, com 24 anos no Banco do Brasil. Foram 30 anos de aprendizado, de boa convivência, de luta, de alegrias e decepções, de vitórias e derrotas, sem dúvida, com saldo positivo. Valeu a pena? Respondo com o poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Com as mudanças havidas no banco e no tratamento aos seus funcionários, em decorrência da implantação do Sistema Neoliberal, que prioriza o lucro, em detrimento dos valores humanos, a situação mudou... pra pior. Não sei se os colegas que se aposentarão no futuro guardarão as mesmas saudades que guardo do passado, como funcionário daquela instituição. Mas acho que o funcionalismo de hoje pode e deve lutar com todas as suas forças e a capacidade que tem, para que a sua vida no banco deixe saudades que sejam memória viva para as futuras gerações. O Banco do Brasil sempre foi, e creio que é e sempre será um celeiro de cidadãos e cidadãs conscientes da sua cidadania e dedicados ao crescimento humano da nossa sociedade e ao desenvolvimento do nosso país. Que assim seja .
Edmílson Martins de Oliveira
Rio de Janeiro, novembro de 2006.
Edmílson Martins (2006)
Tenho saudades do Banco do Brasil do passado. Não é saudosismo, mas saudade terna, memória viva, boas lembranças que bem poderiam iluminar o presente. Dizia-se que o banco era uma mãe. Havia verdades nessa observação, embora, em alguns momentos, agisse como madrasta, digamos, generosa. Mas, de um modo geral, o banco era pai e mãe, generoso para com seus funcionários, valorizados como parte integrante do seu patrimônio.
Toda a trajetória de vida no Banco do Brasil começava na preparação para o concurso. Eram pelo menos quatro anos de estudo específico - a duração de um curso universitário. Não havia exigência de conclusão do Ensino Médio, (ou Científico, naquela época). Muitos foram aprovados no concurso apenas com a conclusão do Curso Ginasial ( hoje, Fundamental). Mas as matérias exigidas eram as do Ensino Médio: Português, Matemática, Contabilidade, Francês, Inglês e datilografia. Era um concurso difícil. Os candidatos tinham que estudar muito. Quem podia pagava cursinho, quem não podia estudava sozinho. Eu, por exemplo, estudei sozinho. Foram longas noites e longos fins de semana de estudo. As provas eram assim: uma redação, questões de gramática, dez problemas de Matemática, dez questões de Contabilidade, textos de Inglês e Francês para traduzir. Datilografia, 150 toques, mínimo, por minuto, com duração de 6 minutos. As provas valiam 100 pontos cada, com média geral de 60 pontos. Todos os rascunhos acompanhavam as provas e, em Matemática, os problemas tinham que ser desenvolvidos no rascunho.
A aprovação no concurso era uma grande emoção, porque era a realização de um sonho. Era, talvez, o melhor emprego do país. A emoção era ampla. Emocionava-se o candidato, emocionava-se a família, emocionavam-se os amigos. Lembro-me que meus pais espalharam entre todos os seus amigos e parentes: “Edmílson, nosso filho, passou no concurso do Banco do Brasil!”. Era uma festa.
No banco, a emoção da posse e do primeiro dia de trabalho. O ambiente era de boas vindas, com apresentações aos colegas mais antigos, que tratavam de favorecer a ambientação do novo colega. O ambiente de trabalho facilitava o relacionamento entre os colegas, era fraterno. O banco pagava bem. Eram três salários de gratificação anual, mais o décimo terceiro e, às vezes, tinha uma gratificação extra. E havia licença-prêmio- três meses a cada cinco anos-, cinco dias de abono por ano e aos dez anos de trabalho, o funcionário tinha direito a se inscrever para adquirir o financiamento da casa própria pela Previ. O empréstimo acontecia, geralmente, entre um e dois anos após a inscrição. Havia um Quadro de carreira regular, com promoções automáticas.
Além das vantagens financeiras e das boas condições de trabalho, o novo funcionário já encontrava no Banco do Brasil uma tradição de luta do funcionalismo em defesa dos seus direitos e do banco, enquanto instituição dedicada ao serviço do povo e ao desenvolvimento do país. A Previ, a Cassi , outras organizações sociais e a manutenção, por muito tempo, de uma estrutura salarial sólida, são frutos dessa luta, empreendida através da história.. Foram muitos, e acho que ainda hoje são, os lideres sindicais, políticos, sociais e os valores acadêmicos, artísticos e literários surgidos entre o funcionalismo do Banco do Brasil. Não foi por acaso que a repressão da ditadura militar agiu com tanta violência dentro do banco, punindo, demitindo e prendendo funcionários ativistas.
Tomei posse no banco em 1963, na Agência Madureira-RJ, depois transferido para a Agência Centro-Rio, onde me aposentei em 1987. Participei ativamente do movimento sindical e até fui presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, em 1972 – bem no tempo da “ditadura escancarada”(como diz Hélio Gaspare). Foi em função dessa participação que escrevi o livro “Bancários – Anos de resistência -1964-1979”, editado pelo Sindicato dos Bancários –RJ.
Foram 30 anos de vida bancária, com 24 anos no Banco do Brasil. Foram 30 anos de aprendizado, de boa convivência, de luta, de alegrias e decepções, de vitórias e derrotas, sem dúvida, com saldo positivo. Valeu a pena? Respondo com o poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Com as mudanças havidas no banco e no tratamento aos seus funcionários, em decorrência da implantação do Sistema Neoliberal, que prioriza o lucro, em detrimento dos valores humanos, a situação mudou... pra pior. Não sei se os colegas que se aposentarão no futuro guardarão as mesmas saudades que guardo do passado, como funcionário daquela instituição. Mas acho que o funcionalismo de hoje pode e deve lutar com todas as suas forças e a capacidade que tem, para que a sua vida no banco deixe saudades que sejam memória viva para as futuras gerações. O Banco do Brasil sempre foi, e creio que é e sempre será um celeiro de cidadãos e cidadãs conscientes da sua cidadania e dedicados ao crescimento humano da nossa sociedade e ao desenvolvimento do nosso país. Que assim seja .
Edmílson Martins de Oliveira
Rio de Janeiro, novembro de 2006.
ENTREVISTA -PREVI
ARTES :: VERSO E PROSA (site da Caixa de Previdência dos Funcs.do B.Brasil (PREVI)
Edmilson Martins (Leia a entrevista) 2009
Aposentado alfabetizado pelo irmão mais velho teve garra para se tornar escritor
A infância difícil no interior do Ceará e os demais desafios que a vida lhe impôs não foram capazes de impedir que Edmílson Martins se aproximasse da literatura. O escritor, que aprendeu a ler com o mais velho dos 17 irmãos e começou a estudar aos 12 anos, foi aprovado no Banco do Brasil em 1960. Foram 27 anos de BB até que ele se aposentasse como escriturário da agência Rio, no centro da capital fluminense. Em 1963, este cearense de Milagres, no sertão do estado, descobre o gosto pela escrita num curso de literatura e português. Martins passa então a elaborar editoriais para o jornalzinho da paróquia em que participava no Méier, no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde vive até hoje, e a escrever artigos para o informativo do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
As conquistas não param por aí e em 2004 Martins lança o livro Bancários – anos de resistência 1964/1979. As experiências de vida foram direcionando a preferência do aposentado ao escrever. Seus temas principais são política, questões sociais e religião. ”Todos juntos, representam as principais dimensões humanas”, acredita o escritor, que pretende estimular a reflexão do leitor.
Entrevista:
O que te inspira a escrever?
O sentimento religioso, que, a meu ver, está no interior do ser humano. A questão política, porque é uma dimensão humana – o homem é um ser político, como disse Aristóteles. Finalmente, os fatos sociais, o cotidiano, o trabalho e as relações humanas me inspiram porque o escritor é um observador da vida em sociedade.
Fale sobre seu livro.
Até agora tenho um livro publicado, Bancários – anos de resistência 1964/1979. O tema é a resistência à ditadura militar. Conto a luta dos bancários – ativistas sindicais – do Rio de Janeiro pelo restabelecimento das liberdades democráticas em nosso país. É basicamente uma obra autobiográfica. Foi publicado em 2004, com edição patrocinada pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
O que a experiência de publicar um livro te proporcionou?
Muita alegria por expressar minhas experiências de vida e visão de mundo. Ao ver minha obra pronta, senti alívio, emoção e vitória. O exercício de escrever também é muito gostoso. Quanto mais se escreve, mais se tem vontade.
Acesse o blog de Edmílson Martins. Contato direto com o escritor também pelo e-mail edmaroliv@yahoo.com.br.
Edmilson Martins (Leia a entrevista) 2009
Aposentado alfabetizado pelo irmão mais velho teve garra para se tornar escritor
A infância difícil no interior do Ceará e os demais desafios que a vida lhe impôs não foram capazes de impedir que Edmílson Martins se aproximasse da literatura. O escritor, que aprendeu a ler com o mais velho dos 17 irmãos e começou a estudar aos 12 anos, foi aprovado no Banco do Brasil em 1960. Foram 27 anos de BB até que ele se aposentasse como escriturário da agência Rio, no centro da capital fluminense. Em 1963, este cearense de Milagres, no sertão do estado, descobre o gosto pela escrita num curso de literatura e português. Martins passa então a elaborar editoriais para o jornalzinho da paróquia em que participava no Méier, no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde vive até hoje, e a escrever artigos para o informativo do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
As conquistas não param por aí e em 2004 Martins lança o livro Bancários – anos de resistência 1964/1979. As experiências de vida foram direcionando a preferência do aposentado ao escrever. Seus temas principais são política, questões sociais e religião. ”Todos juntos, representam as principais dimensões humanas”, acredita o escritor, que pretende estimular a reflexão do leitor.
Entrevista:
O que te inspira a escrever?
O sentimento religioso, que, a meu ver, está no interior do ser humano. A questão política, porque é uma dimensão humana – o homem é um ser político, como disse Aristóteles. Finalmente, os fatos sociais, o cotidiano, o trabalho e as relações humanas me inspiram porque o escritor é um observador da vida em sociedade.
Fale sobre seu livro.
Até agora tenho um livro publicado, Bancários – anos de resistência 1964/1979. O tema é a resistência à ditadura militar. Conto a luta dos bancários – ativistas sindicais – do Rio de Janeiro pelo restabelecimento das liberdades democráticas em nosso país. É basicamente uma obra autobiográfica. Foi publicado em 2004, com edição patrocinada pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
O que a experiência de publicar um livro te proporcionou?
Muita alegria por expressar minhas experiências de vida e visão de mundo. Ao ver minha obra pronta, senti alívio, emoção e vitória. O exercício de escrever também é muito gostoso. Quanto mais se escreve, mais se tem vontade.
Acesse o blog de Edmílson Martins. Contato direto com o escritor também pelo e-mail edmaroliv@yahoo.com.br.
CONVITE A UM POETA (
CONVITE A UM POETA
Edmílson Martins (abril 2008)
Poeta, esses seus poemas
Vão dar o que falar
Mas, por favor não tema
Todo mundo vai gostar.
Dessa poesia o povo gosta
porque ela tem proposta
É uma mensagem quente
Uma reunião vamos reralizar
Com participação de Chico Alencar
Venha conversar com a gente
Virá uma turma com muita disposição
Com o Chico pensar a cidade que queremos
Certamente o seu livro gerará reflexão
e através dele muito aprenderemos.
Suas poesias têm a cara do povo
Pois representam o novo
O Rio busca nova liderança
O povo anda muito cansado
De ser sempre enganado
O Chico prefeito é a esperança.
Poeta, venha com alegria
Para nossa satisfação
Falar de sua poesia
Que tem conteúdo e ação.
Venha e traga companheiros
Precisamos de mais parceiros
O encontro terá muita arte
Haverá política e cultura
Café doce, sem rapadura
Outros poetas também farão parte.
Edmílson Martins (abril 2008)
Poeta, esses seus poemas
Vão dar o que falar
Mas, por favor não tema
Todo mundo vai gostar.
Dessa poesia o povo gosta
porque ela tem proposta
É uma mensagem quente
Uma reunião vamos reralizar
Com participação de Chico Alencar
Venha conversar com a gente
Virá uma turma com muita disposição
Com o Chico pensar a cidade que queremos
Certamente o seu livro gerará reflexão
e através dele muito aprenderemos.
Suas poesias têm a cara do povo
Pois representam o novo
O Rio busca nova liderança
O povo anda muito cansado
De ser sempre enganado
O Chico prefeito é a esperança.
Poeta, venha com alegria
Para nossa satisfação
Falar de sua poesia
Que tem conteúdo e ação.
Venha e traga companheiros
Precisamos de mais parceiros
O encontro terá muita arte
Haverá política e cultura
Café doce, sem rapadura
Outros poetas também farão parte.
APRENDENDO A DIZER NÃO
APRENDENDO A DIZER NÃO
Edmílson Martins
“Sentindo que a violência/Não dobraria o operário/Um dia tentou o patrão/Dobrá-lo de modo contrário/De sorte que o foi levando/Ao alto da construção/E num momento de tempo/Mostrou-lhe toda a região/E apontando-a ao operário/Fez-lhe esta declaração:/ - Dar-te-ei todo esse poder/E a sua satisfação/Porque a mim me foi entregue/E dou-o a quem quiser/Dou-te tempo de lazer/Dou-te tempo de mulher/Portanto, tudo o que ver/Será teu se me adorares/E, ainda mais, se abandonares/O que te fez dizer não.”
(Operário em construção – Vinícius de
Morais )
O povo queria ser
Em seu destino mandar
Queria muito crescer
Pois tinha amor para dar
Porém um golpe sangrento
Atrapalhou seu intento
Disseram: revolução!
Proclamaram redentora
E do povo salvadora
Sendo grande enganação
Por causa da violência
O povo ficou calado
Não praticou resistência
Porque foi silenciado
A chamada redentora
Com a força coatora
Procurou desmantelar
Toda a organização
E poder de decisão
Para o povo controlar
Mas o povo pensativo
Aos poucos foi despertando
Do passado combativo
Pouco a pouco foi lembrando
Trabalhadores pacatos
Agindo nos sindicatos
Com as reivindicações
Os estudantes ativos
Não queriam ser cativos
Mas sim participações
Cresciam intensamente
Os gritos de rebeldia
Número de resistentes
Aumentava todo dia
Mas ditadura sangrenta
Sem moral e violenta
Partiu para a repressão
Prendeu, torturou, matou
Sonhos bons arrebentou
Implantando sujeição
Com a dura repressão
Houve certo retraimento
O povo na escuridão
Entrou em recolhimento
Mas o tempo foi passando
E as visões se clareando
Outra vez foi ressurgindo
A vontade de lutar
Pra fazer tudo mudar
Continuou resistindo
A ditadura sentindo
Que com toda a violência
Tava o povo resistindo
Agiu com mais indecência
Fingindo ser democrática
Oferecendo na prática
O poder de decisão
Tudo lhe seria dado
Se acatasse de bom grado
Interesses do patrão
O povo sempre discreto
E na sua solidão
Indiferente, indireto
Respondeu dizendo não
Mas a ditadura esperta
Logo dirigiu oferta
às lideranças do povo
Algumas não aceitaram
Muitas Outras vacilaram
Outras fugiram do novo
E o PT disse sim
- Operários no poder!
Mesmo submissos assim
Famosos podemos ser
Ditadura continua
O povo saiu da rua
A corrupção é patente
Participação murchou
Trabalhador recuou
O banqueiro tá contente
Ser governo desse jeito
Com toda essa submissão
Para nós não é direito
Porque é escravidão
Ser governo assimilado
É querer ser humilhado
Por sistema corrompido
É aceitar tentação
Pra cair na corrupção
Trair povo destemido
Assim agem resistentes
Hoje na situação
Esqueceram tão somente
Que sofreram repressão
Administrando sistema
Que com seu estratagema
Mantém a dominação
Alimentando ganância
Sem pudor com arrogância
Roubando população
Assim fazemos apelo
A quem tem bom coração
Áquela gente de zelo
Livre da tribulação
Para que façamos força
Pra reunir nossas forças
Para juntos sendo fortes
Conquistar a liberdade
Erradicar a maldade
Que nos causa muitas mortes.
Rio, maio de 2011
“A paz é fruto da justiça”
Edmílson Martins
“Sentindo que a violência/Não dobraria o operário/Um dia tentou o patrão/Dobrá-lo de modo contrário/De sorte que o foi levando/Ao alto da construção/E num momento de tempo/Mostrou-lhe toda a região/E apontando-a ao operário/Fez-lhe esta declaração:/ - Dar-te-ei todo esse poder/E a sua satisfação/Porque a mim me foi entregue/E dou-o a quem quiser/Dou-te tempo de lazer/Dou-te tempo de mulher/Portanto, tudo o que ver/Será teu se me adorares/E, ainda mais, se abandonares/O que te fez dizer não.”
(Operário em construção – Vinícius de
Morais )
O povo queria ser
Em seu destino mandar
Queria muito crescer
Pois tinha amor para dar
Porém um golpe sangrento
Atrapalhou seu intento
Disseram: revolução!
Proclamaram redentora
E do povo salvadora
Sendo grande enganação
Por causa da violência
O povo ficou calado
Não praticou resistência
Porque foi silenciado
A chamada redentora
Com a força coatora
Procurou desmantelar
Toda a organização
E poder de decisão
Para o povo controlar
Mas o povo pensativo
Aos poucos foi despertando
Do passado combativo
Pouco a pouco foi lembrando
Trabalhadores pacatos
Agindo nos sindicatos
Com as reivindicações
Os estudantes ativos
Não queriam ser cativos
Mas sim participações
Cresciam intensamente
Os gritos de rebeldia
Número de resistentes
Aumentava todo dia
Mas ditadura sangrenta
Sem moral e violenta
Partiu para a repressão
Prendeu, torturou, matou
Sonhos bons arrebentou
Implantando sujeição
Com a dura repressão
Houve certo retraimento
O povo na escuridão
Entrou em recolhimento
Mas o tempo foi passando
E as visões se clareando
Outra vez foi ressurgindo
A vontade de lutar
Pra fazer tudo mudar
Continuou resistindo
A ditadura sentindo
Que com toda a violência
Tava o povo resistindo
Agiu com mais indecência
Fingindo ser democrática
Oferecendo na prática
O poder de decisão
Tudo lhe seria dado
Se acatasse de bom grado
Interesses do patrão
O povo sempre discreto
E na sua solidão
Indiferente, indireto
Respondeu dizendo não
Mas a ditadura esperta
Logo dirigiu oferta
às lideranças do povo
Algumas não aceitaram
Muitas Outras vacilaram
Outras fugiram do novo
E o PT disse sim
- Operários no poder!
Mesmo submissos assim
Famosos podemos ser
Ditadura continua
O povo saiu da rua
A corrupção é patente
Participação murchou
Trabalhador recuou
O banqueiro tá contente
Ser governo desse jeito
Com toda essa submissão
Para nós não é direito
Porque é escravidão
Ser governo assimilado
É querer ser humilhado
Por sistema corrompido
É aceitar tentação
Pra cair na corrupção
Trair povo destemido
Assim agem resistentes
Hoje na situação
Esqueceram tão somente
Que sofreram repressão
Administrando sistema
Que com seu estratagema
Mantém a dominação
Alimentando ganância
Sem pudor com arrogância
Roubando população
Assim fazemos apelo
A quem tem bom coração
Áquela gente de zelo
Livre da tribulação
Para que façamos força
Pra reunir nossas forças
Para juntos sendo fortes
Conquistar a liberdade
Erradicar a maldade
Que nos causa muitas mortes.
Rio, maio de 2011
“A paz é fruto da justiça”
RESPOSTA A UM POETA (CORDEL)
TRAGÉDIA NA SERRA ( RESPOSTA A UM POETA)
Por Edmílson Martins
Maurício d’Oliveira
Mais novo cordelista
É escritor de primeira
É também bom jornalista.
Respondeu o meu cordel
Sem provocar escarcéu.
Analisou com cuidado –
Com muita sabedoria,
Falando de profecia –
Tragédia do serrado.
Sim, o tempo tá mudado
Devido poluição
Porém, tem cabra safado
Causando a corrupção.
Temos participação
Por pecado de Adão,
Mas há perversa serpente
Com veneno semeando,
Com maldade tapiando,
Pervertendo toda a gente.
A burrice é um enigma
Que não deixam decifrar.
Esse outro paradigma
Uns não deixam aclarar
Jesus Cristo condenou,
E nunca titubeou,
Escribas e fariseus
Que cegavam todo o povo,
Não deixavam ver o novo,
O pleno Reino de Deus.
Jesus Cristo falou claro,
Nada ficou por falar
E nosso amigo preclaro
Não veio para julgar,
Mas advertiu com rigor
Os que sem nenhum pudor
Levam a fazer pecados
As pessoas indefesas,
Os que vivem na pobreza,
Assim serão condenados.
Revolução é a mudança
Que Jesus Cristo pregou.
Espero na Esperança,
Na revolução do amor.
Construir um novo mundo,
Sem permitir vagabundo,
Nem a torre de babel.
Sustar condição atroz
Depende de todos nós,
Ao escolhermos o céu.
Bela contribuição
Desse jovem jornalista
Menino que é filhão
Dum escritor cordelista.
Nas rimas alternadas,
Também nas emparelhadas,
Maurício demonstrou,
Com muita indignação,
Que a tal destruição
Muito o incomodou.
Edmílson Martins
Rio, 28/01/2011
Por Edmílson Martins
Maurício d’Oliveira
Mais novo cordelista
É escritor de primeira
É também bom jornalista.
Respondeu o meu cordel
Sem provocar escarcéu.
Analisou com cuidado –
Com muita sabedoria,
Falando de profecia –
Tragédia do serrado.
Sim, o tempo tá mudado
Devido poluição
Porém, tem cabra safado
Causando a corrupção.
Temos participação
Por pecado de Adão,
Mas há perversa serpente
Com veneno semeando,
Com maldade tapiando,
Pervertendo toda a gente.
A burrice é um enigma
Que não deixam decifrar.
Esse outro paradigma
Uns não deixam aclarar
Jesus Cristo condenou,
E nunca titubeou,
Escribas e fariseus
Que cegavam todo o povo,
Não deixavam ver o novo,
O pleno Reino de Deus.
Jesus Cristo falou claro,
Nada ficou por falar
E nosso amigo preclaro
Não veio para julgar,
Mas advertiu com rigor
Os que sem nenhum pudor
Levam a fazer pecados
As pessoas indefesas,
Os que vivem na pobreza,
Assim serão condenados.
Revolução é a mudança
Que Jesus Cristo pregou.
Espero na Esperança,
Na revolução do amor.
Construir um novo mundo,
Sem permitir vagabundo,
Nem a torre de babel.
Sustar condição atroz
Depende de todos nós,
Ao escolhermos o céu.
Bela contribuição
Desse jovem jornalista
Menino que é filhão
Dum escritor cordelista.
Nas rimas alternadas,
Também nas emparelhadas,
Maurício demonstrou,
Com muita indignação,
Que a tal destruição
Muito o incomodou.
Edmílson Martins
Rio, 28/01/2011
CORDEL DA TURMA 72 (ll)
CORDEL DA TURMA 72 (II)
Edmílson Martins
Seis meses esperamos
Até chegar o momento
Devagar todos chegamos
Para mais um evento
Da turma setenta e dois
Que vê antes e depois
Que sempre guarda saudade
Daqueles velhos amigos
E mantém sempre consigo
Uma profunda amizade.
Foram bons tempos de sonhos
E de muitos sonhos belos
Nem sempre sonhos risonhos
Às vezes verde-amarelos.
Mas foram sonhos bonitos
Sonhos verdes infinitos
Sempre bons e memoráveis
Sonhos belos enobrecem
Quem os tem não envelhece
Vive tempos agradáveis.
Reunimos outra vez
A turma sempre crescente
Num sábado fim de mês
Em clima alegre e contente
Para matar a saudade
Do tempo da faculdade
Daquelas noites fagueiras
Das aulas de Português
Do carnê no fim do mês
Dos papos e brincadeiras
Ao lembrarmos professores
Relembramos as matérias
Eram todos bons senhores
Que animavam a galera
O bom professor Junito
Nos ensinava bonito
Literatura Latina
Jesus mestre de Linguística
Zé Maria de estilística
Literatura Marina
Luiz Antonio o bom
Professor de Português
Mestre Amaro no tom
O completava de vez
Davam Literatura
Os mestres de envergadura
Paranhos a Brasileira
Mestra Rosa a Portuguesa
Zé Guilherme com destreza
A Teoria vanguardeira
Os outros mestres também
Nunca vamos esquecer
Pois nos fizeram bem
Transmitindo seu saber
Márcio nos ensinou
E muito nos ajudou
A ensinar Português
Caetana, Nelson também
Ensinaram muito bem
De forma muito cortês
Agora vou terminar
Este cordel bem rimado
Sendo muito bom lembrar
Essas coisas do passado
O papo foi tão gostoso
E rolou tão carinhoso
Que queremos repetir
Ficamos bem animados
Temos encontro marcado
Num esperado porvir
Rio, 30 de abril de 2011
Edmílson Martins
Seis meses esperamos
Até chegar o momento
Devagar todos chegamos
Para mais um evento
Da turma setenta e dois
Que vê antes e depois
Que sempre guarda saudade
Daqueles velhos amigos
E mantém sempre consigo
Uma profunda amizade.
Foram bons tempos de sonhos
E de muitos sonhos belos
Nem sempre sonhos risonhos
Às vezes verde-amarelos.
Mas foram sonhos bonitos
Sonhos verdes infinitos
Sempre bons e memoráveis
Sonhos belos enobrecem
Quem os tem não envelhece
Vive tempos agradáveis.
Reunimos outra vez
A turma sempre crescente
Num sábado fim de mês
Em clima alegre e contente
Para matar a saudade
Do tempo da faculdade
Daquelas noites fagueiras
Das aulas de Português
Do carnê no fim do mês
Dos papos e brincadeiras
Ao lembrarmos professores
Relembramos as matérias
Eram todos bons senhores
Que animavam a galera
O bom professor Junito
Nos ensinava bonito
Literatura Latina
Jesus mestre de Linguística
Zé Maria de estilística
Literatura Marina
Luiz Antonio o bom
Professor de Português
Mestre Amaro no tom
O completava de vez
Davam Literatura
Os mestres de envergadura
Paranhos a Brasileira
Mestra Rosa a Portuguesa
Zé Guilherme com destreza
A Teoria vanguardeira
Os outros mestres também
Nunca vamos esquecer
Pois nos fizeram bem
Transmitindo seu saber
Márcio nos ensinou
E muito nos ajudou
A ensinar Português
Caetana, Nelson também
Ensinaram muito bem
De forma muito cortês
Agora vou terminar
Este cordel bem rimado
Sendo muito bom lembrar
Essas coisas do passado
O papo foi tão gostoso
E rolou tão carinhoso
Que queremos repetir
Ficamos bem animados
Temos encontro marcado
Num esperado porvir
Rio, 30 de abril de 2011
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