VIAGEM EM SONHO
Edmílson Martins
Julho/2022
Hoje, em sonho, viajei,
Superei minha fraqueza.
Voei para o Ceará
Em busca de Fortaleza
E fui à Praia do Futuro
Contemplar sua beleza.
E pra matar a saudade,
Voei para o Cariri.
Fui ver Crato e Juazeiro,
Muitos amigos dali,
Comer coco babaçu,
Tijolo de buriti.
Já na cidade de Crato,
Eu fui ao Sítio Coqueiro,
Onde morou minha tia,
Passando pelo Grangeiro.
Ia lá sempre aos domingos,
Pra curtir o dia inteiro.
Andava uma hora a pé,
Com amigos companheiros,
Por uma estrada de terra,
Passando no Tabuleiro.
Curtíamos mato verde
E pássaros seresteiros.
A minha tia morava
Numa casa de sapê.
Do lado tinha um riacho
E água boa de beber.
Bem perto uma cachoeira
Para banhos e lazer.
A minha tia chamava-se
Dona Maria Bembém,
Trabalhadora, valente,
Que vivia para o bem.
Querida irmã de meu pai,
Por ela amado também.
Em Crato, matei a saudade
Do meu tempo de rapaz,
Da Praça Siqueira Campos,
Com papos e tudo mais,
Da praça em frente à Matriz
E das missas matinais.
Em Crato, vivi dez anos
No tempo de juventude,
Foram dez anos gostosos,
Com alegria e saúde.
Por isso, aquela cidade
Foi para mim plenitude.
No sonho, fui a Juazeiro
Pra visitar meu padrinho,
Que pros romeiros tá vivo
E deles sempre pertinho.
E quem disso discordar,
É bom sair de fininho.
Estando no Cariri,
Não poderia esquecer
Do bom Sítio Ipueira,
Terra do meu bem viver.
Pra lá parti sem demora
Antes do dia nascer.
Ipueira, meu xodó,
Do meu tempo de criança.
As coisas da meninice
Não me saem da lembrança.
Porque foi lá que aprendi
A viver com esperança.
Acordei muito contente
Pelo sonho saboroso,
Por ter matado a saudade
De tempo muito gostoso.
Revi a terra e minha gente,
Com seu jeito majestoso.
Sonhar, sonhar, sonhar sempre.
Sonhar vivifica a gente.
Quem não sonha não conquista,
Não tem vida diligente,
Está no mundo e não vive
E se torna negligente.
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