terça-feira, 19 de julho de 2022

VIAGEM EM SONHO

 

 

VIAGEM EM SONHO

                        Edmílson Martins

                        Julho/2022

 

Hoje, em sonho, viajei,

Superei minha fraqueza.

Voei para o Ceará

Em busca de Fortaleza

E fui à Praia do Futuro

Contemplar sua beleza.

 

E pra matar a saudade,

Voei para o Cariri.

Fui ver Crato e Juazeiro,

Muitos amigos dali,

Comer coco babaçu,

Tijolo de buriti.

 

Já na cidade de Crato,

Eu fui ao Sítio Coqueiro,

Onde morou minha tia,

Passando pelo Grangeiro.

Ia lá sempre aos domingos,

Pra curtir o dia inteiro.

 

Andava uma hora a pé,

Com amigos companheiros,

Por uma estrada de terra,

Passando no Tabuleiro.

Curtíamos mato verde

E pássaros seresteiros.

 

A minha tia morava

Numa casa de sapê.

Do lado tinha um riacho

E água boa de beber.

Bem perto uma cachoeira

Para banhos e lazer.

 

A minha tia chamava-se

Dona Maria Bembém,

Trabalhadora, valente,

Que vivia para o bem.

Querida irmã de meu pai,

Por ela amado também.

 

Em Crato, matei a saudade

Do meu tempo de rapaz,

Da Praça Siqueira Campos,

Com papos e tudo mais,

Da praça em frente à Matriz

E das missas matinais.

 

Em Crato, vivi dez anos

No tempo de juventude,

Foram dez anos gostosos,

Com alegria e saúde.

Por isso, aquela cidade

Foi para mim plenitude.

 

No sonho, fui a Juazeiro

Pra visitar meu padrinho,

Que pros romeiros tá vivo

E deles sempre pertinho.

E quem disso discordar,

É bom sair de fininho.

 

Estando no Cariri,

Não poderia esquecer

Do bom Sítio Ipueira,

Terra do meu bem viver.

Pra lá parti sem demora

Antes do dia nascer.

 

Ipueira, meu xodó,

Do meu tempo de criança.

As coisas da meninice

Não me saem da lembrança.

Porque foi lá que aprendi

A viver com esperança.

 

Acordei muito contente

Pelo sonho saboroso,

Por ter matado a saudade

De tempo muito gostoso.

Revi a terra e minha gente,

Com seu jeito majestoso.

 

Sonhar, sonhar, sonhar sempre.

Sonhar vivifica a gente.

Quem não sonha não conquista,

Não tem vida diligente,

Está no mundo e não vive

E se torna negligente.

 

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