OITENTA E TRÊS ANOS
Edmílson Martins
Julho/2021
No dia 17 de julho, completei 83 anos. Sem festa. Sem aglomeração. Porque o mar não está pra peixe. Está mesmo é pra covid 19, que não está pra brincadeira. Todo cuidado é pouco. “Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas”.
Por coincidência, esse número 83, invertido torna-se 38. Eu estaria voltando aos 38. E mais ainda: tirando os noves fora, ficaria com dois anos. Isso se chama renascimento, ou nascer de novo. Aliás, a vida é um permanente renascer. Fica velho quem não renasce todos os dias. A característica da velhice, ou caducidade é o não renascimento.
“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”, disse Jesus a Nicodemos, mestre de Israel. Renascer é mudar. Como disse Gandhi: “temos que ser a mudança que queremos para o mundo”. Sem renascimento, não é possível haver mudança.
Fazer aniversário significa nascer outra vez, recomeçar tudo, celebrar a trajetória percorrida, renovar as forças e continuar na caminhada. Juventude é isso. É nunca parar. É manter sempre viva a esperança. É não parar a corrida no meio. Parafraseando Paulo apóstolo: é combater o bom combate, completar a corrida e guardar a fé.
Portanto, não existem oitenta e três anos, nem trinta e oito, nem dois. Existe um caminhar permanente. Existe a vida. Sempre. Como Gonzaguinha: “Eu fico com a pureza//Da resposta das crianças/É a vida, é bonita/E é bonita”.
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