Meu depoimento na Comissão Nacional da Verdade sobre a repressão ao Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
" Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores". (Cora Coralina)
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
MEU DEPOIMENTO NA COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE
Meu depoimento na Comissão Nacional da Verdade sobre a repressão ao Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
AMAZÔNIA
AMAZÔNIA
Edmílson Martins
Rio, fevereiro de 2020
Amazônia, mundo verde
De belezas naturais
Suas águas, suas matas
Purezas ambientais
Sua fauna, sua flora
E riquezas minerais.
Ela é pulmão do mundo
Produz oxigenação
Dióxido de carbono
Combate com perfeição
Elimina impurezas
Da grave poluição.
A Amazônia está chorando
Por cruel devastação
Desmatamentos, queimadas
Perversa destruição
Quando ferem a Amazônia
Ferem nosso coração.
O verde que era verde
Anda muito amarelado
Águas que emanam da mata
Hoje estão enlameadas
Com a vida das espécies
Bem pouco oxigenada.
O papa Francisco junta
Bispos do mundo inteiro
Pra discutir a Amazônia
Vítima do madeireiro
Porque ela é do mundo
E do povo brasileiro.
Por ter criado a Amazônia
Louvado seja o Senhor
Então é bom que cuidemos
Da obra do criador
Prega a Igreja fiel
A Cristo libertador.
Os senhores do mercado
Com sua cruel ganância
Destroem toda a floresta
Sem nenhuma temperança
Animais, árvores, gente
São vítimas dessa lambança,
Contra tal destruição
Rebela-se a natureza
Com clima descontrolado
E rios sem correnteza
Com todo o meio ambiente
Perdendo sua beleza.
Convido à rebelião
Todos os bichos da mata
Jacarés, peixes dos rios
Micos, cobras e lagartos
Para salvar a floresta
Seu ambiente de fato.
Ribeirinhos, Quilombolas
Resistam em sindicatos
Indígenas, povo bravo
Não tolerem desacatos
Todo o povo brasileiro
É bom não ser tão pacato.
O TROPEIRO: SERENIDADE E HUMOR
O
TROPEIRO: SERENIDADE E HUMOR
Edmílson Martins
Fevereiro/2020
Num tempo passado, no sertão, o transporte de cargas
era realizado por tropas de burros, conduzidas por homens experientes, serenos
e corajosos, chamados tropeiros.
Eles transportavam para as cidades a produção de
arroz, milho, feijão, algodão, rapadura, etc. E da cidade para o campo, as
mercadorias necessárias para o trabalho e consumo da população campesina.
Os tropeiros eram desbravadores de estradas do sertão.
Conheciam com detalhes os caminhos por onde passavam. Conduziam as tropas com
muita habilidade e paciência.
Eles eram profundos conhecedores das características
do burro, animal resistente, dócil, cauteloso e, às vezes, muito teimoso. Os
tropeiros adestravam os burros com tanta habilidade, que os animais
desempenhavam o trabalho com muita desenvoltura.
Em torno dos tropeiros, havia muitas histórias
engraçadas, contadas com muita graça, por hábeis contadores de histórias, muito
comuns no sertão. Eles teatralizavam as histórias com tanta arte que ficavam na
mente e no coração dos ouvintes, como realidade.
Uma dessas histórias conta que, certo dia, um tropeiro
conduzia sua tropa pela estrada, devagar, paciente, com toda a serenidade que
lhe era característica.
De repente, surgiu atrás dele um carro, com o
motorista buzinando, com insistência, pedindo passagem. Como a estrada era
estreita e não havia acostamento, o tropeiro foi retirando devagar sua tropa.
Então o motorista gritou:
- Aí, tropeiro, retira logo teus burros do caminho que
eu preciso passar com meus cinquenta e cinco cavalos.
O motor do carro tinha a potência de cinquenta e cinco
cavalos.
O tropeiro, com toda tranquilidade, foi retirando seus
burros para a beira da estrada, dando passagem ao carro, sem nada falar.
O carro passou, com olhar debochado do motorista. E o
tropeiro continuou sua jornada, tangendo sua tropa, conduzindo seus animais, mantendo
sempre a serenidade.
Depois de algum tempo de caminhada, o tropeiro avistou
o carro que, desgovernado, caíra dentro de um açude. Foi se aproximando e,
vendo o motorista, foi à forra, gritando com muito humor:
- Hei, amigo, tá dando de beber à manada?
E seguiu sua viagem, conversando com os burros, sempre
bem humorado, cauteloso e sereno.
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