terça-feira, 31 de dezembro de 2019

MARIA JOSÉ E AS FLORES

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MARIA JOSÉ E AS FLORES

                  Edmílson Martins
                  Dezembro  de 2019


Pousando ao lado das flores
Ela demonstra carinho
E cuida dos seus amores
Como se fossem filhinhos.

Cuidando das rosas brancas
Ela cuida do jardim
Com muito amor bota banca
Tratando as flores assim.

Às lindas flores vermelhas
Entrega seu coração
Com elas fala serena
Demonstrando gratidão.

No jardim tudo beleza
Todas as flores são belas
Pela sua singeleza
A mais bonita é ela.

As flores são musas puras
Inspiram este cordel
Porém, ela entre todas
Parece anjo do Céu.

Lá no meio das ninfas flores
Ela distribui doçura
Deixando o jardim mais doce
Com a sua formosura.




SOU NORDESTINO, SOU BRASIL












SOU NORDESTINO, SOU BRASIL

                          Edmílson Martins
                          Novembro 2019


Eu sou lá do Ceará
Do Piauí, nordestino
Sou mineiro, sim senhor
Carioca por destino
Sou do Espírito Santo
Paulista desde menino.

Também sou de Pernambuco
Do Rio Grande do Norte
Paraíba, Zé Américo
Sou paraense por sorte
Indígena do Amazonas
Do Maranhão, povo forte.

Sergipano, alagoano
Sou gente do Paraná
Sou de Santa Catarina
Gosto da gente de lá
Do Rio Grande do Sul
Sou gaúcho singular.

Eu sou também do Amapá
E sou sem titubear
Tocantins, Acre Bahia
Todo estado brasileiro
Com o seu povo fagueiro
Que trabalha todo dia.

E também sou de Rondônia
Sou caboclo seringueiro
Eu sou de todo lugar
Até do Rio de Janeiro
Estou perto da Bolívia
Mas sou povo brasileiro.

Depreciando o nordeste
Um tal presidente ignaro
Demonstra incompetência
E completo despreparo
Pra governar o país.
Precisamos deixar claro.





sexta-feira, 15 de novembro de 2019

MAURÍCIO, O REBENTO



















MAURÍCIO, O REBENTO

                  Edmilson e Maria José (pais)
                   15/11/2019


Dia quinze de novembro
Nasceu o primeiro rebento.
Na hora de rebentar
Lá no Engenho de Dentro
Corremos para a Lagoa
Bem velozes como o vento.

E lá pelas treze horas
O Maurício rebentou
Quase nascendo no táxi
Preferiu a mão do doutor
Segurou para nascer
A mão de nosso Senhor.

Hoje, Maurício é pássaro
Que canta, toca e arrebenta
Que mora lá montanha
E bons ideais sustenta
Com as fadas e duendes
Muitos sonhos acalenta.

Parabéns, filho Maurício
Nosso primeiro rebento
Continue arrebentando
Desenvolvendo os talentos
Que na vida seja sempre
Um criador de eventos.

sábado, 9 de novembro de 2019

CORDEL - RAVI ANIVERSÁRIO




















ANIVERSÁRIO DO RAVI

                Vovô Edmílson
                 Vovó Zezé

                 Rio, 09/11/2019


Hoje Ravi faz um ano
Ravi Sol que nos aquece
É um menino sapeca
Que muitos mimos merece
Esquenta vida da gente
E dele ninguém se esquece.

Ravi é neto querido
Que só faz o que convém
E tudo que ele apronta
Não incomoda ninguém
Quando diz venham comigo
Todos bem rápido vêm.

Parabéns Ravi menino
Sol que ilumina e aquece
Que os anjinhos do Céu
Façam a Deus uma prece
Pedindo para você
Tudo que você merece.


segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MANDA DEUS CHUVA PRA EU COMER ARROZ




“MANDA DEUS CHUVA PRA EU COMER ARROZ”
                                         Edmílson Martins
                                          Outubro de 2019

Corria a década de 1940. Eu tinha, mais ou menos, oito anos. Longas secas no Nordeste. Foi naquele momento, 1947, que surgiu o lamento e apelo de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, com a música “ASA BRANCA”: Quando oiei a terra ardendo/Qual fogueira de São João/Eu perguntei a Deus do céu, ai/Por que tamanha judiação/Eu perguntei a Deus do céu, ai/Por que tamanha judiação”.
Pois bem, naquele momento, eu e outras crianças, andando pelas capoeiras, ou a trabalho, ou caçando passarinhos, diferente do lamento da música e da fuga da Asa Branca, pedíamos, insistentemente, a Deus que mandasse chuva. Então, entoávamos, repetidamente, a expressão “manda Deus chuva pra eu comer arroz; manda Deus chuva pra eu comer arroz”.
Nosso apelo fazia sentido. É que quase não comíamos arroz. Meu pai plantava milho, feijão, mandioca, cana de açúcar e arroz. Quando chovia, cultivavam-se milho, feijão, mandioca e pouco arroz. Porque, para o arroz, havia poucos lugares apropriados para o plantio. Mesmo assim, como o arroz era mais valorizado, o pouco que se colhia era vendido para pagar os empréstimos que meu pai adquiria no Banco do Brasil. O dinheiro era empregado no plantio e o banco não considerava a falta de chuva. O empréstimo tinha que ser pago no vencimento.
Somente sobrava para nós feijão, milho e mandioca (transformada em farinha). Mas parte desses produtos também era vendida, principalmente a melhor parte. Sobrava a segunda qualidade. “O feijão, chamado feijão de corda” era cozido, mas ficava duro. Comíamos assim mesmo, com farinha. Como era cozido com muita água, comíamos muito o caldo com a farinha.
Às vezes, com muita raridade, comíamos arroz, geralmente na Semana Santa. Arroz com queijo. Momentos ansiosamente esperados. O mais, era angu com rapadura, ou com leite, quando tinha. A rapadura era de segunda qualidade; a de primeira era vendida para pagar ao banco.
Por tudo isso, saía a criançada, gritando, fazendo apelo a Deus, a nós apresentado como o Pai misericordioso, que tudo pode. “Manda Deus chuva pra eu comer arroz”.
E eu, sendo a criança de mais idade, recomendava: “vamos gritar mais alto, bem alto, pra Deus nos ouvir”. Deus, pela convicção que tínhamos e pela teimosia da nossa esperança, certamente nos ouvia e até nos atendia. Mas vinha o banqueiro, que tinha (e tem) como deus o dinheiro, e levava quase tudo o que nosso Deus nos dava.
Hoje, longe daqueles tempos, já adultos, mas ainda vivendo em triste situação social, sem as condições necessárias para viver em paz, mas combatendo o bom combate e guardando a fé, repetimos o apelo simbólico daquelas crianças ao Deus da esperança. “Manda Deus chuva pra eu comer arroz”.