E AGORA, MEU POVO?
Edmílson Martins
12/05/2016
(inspirado no
poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade).
E agora, meu povo?
afastaram a Dilma,
o Michel assumiu,
o circo passou,
o espetáculo acabou,
nada mudou.
E agora, meu povo?
E agora você?
que é ignorado,
que está desempregado,
que tanto trabalha
e ganha tão pouco.
E agora, meu povo?
Sem mulher no Planalto,
com um intruso no poder,
com o país dividido,
com governo ilegítimo,
sem dinheiro no bolso,
comprar já não pode,
o filho quer comida,
comida não tem,
quer ir pra escola,
escola não funciona,
você está sem saúde,
não pode se tratar,
você quer paz e sossego,
segurança não há,
e agora, meu povo?
E agora, meu povo?
sua esperança,
sua confiança,
sua aceitação,
Sua indignação,
Sua alegria,
Sua tristeza – e agora?
Foi tudo pro brejo?
Votou, cumpriu seu dever,
quer apelar ao governo,
não existe governo,
pra seus representantes,
mas todos o traíram,
quer pedir ajuda,
mas todos fugiram.
Meu povo, e agora?
Se você gritasse,
se você protestasse,
se você lutasse,
de forma organizada...
Mas você não luta,
você só espera, meu povo!
Sozinho, sem governo,
sem representantes,
pois todos traíram,
sem condições de sobreviver,
você só vegeta,
você marcha, meu povo!
Meu povo, para onde?
O remédio é lutar,
para reconquistar
a esperança perdida,
a liberdade usurpada
a dignidade ferida.
Reage, meu povo!