CONFISSÃO E ARREPENDIMENTO
Edmílson Martins
Dezembro de 2015
Na celebração da missa, existe uma
parte chamada “Ato Penitencial”, em que a assembleia confessa a Deus, aos
irmãos e às irmãs que pecou muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e
omissões, por sua culpa. E suplica por perdão. É um gesto de humildade e
arrependimento.
Pois bem., neste final do
complicado 2015 seria bom que os governantes (poder executivo,legislativo e
judiciário) fizessem, publicamente, uma sincera confissão de culpa e pedissem
perdão ao povo brasileiro, nesses termos:
Nós, governantes, responsáveis
pelos poderes encarregados de promoverem a paz social do povo, confessamos a
Deus e ao povo brasileiro que erramos muitas vezes por atos e omissões, por
nossa culpa, e por isso pedimos:
-perdão pela corrupção generalizada em nosso
país;
- perdão pela prática política de baixo nível,
institucionalizada;
-perdão pelo financiamento de campanhas por
grandes empresas, que gera degeneração da política e dos políticos;
- perdão pela destinação dos 45% do Orçamento
da União para pagamento de juros e amortizações dívida pública;
- perdão pela desmobilização dos movimentos
sociais;
- perdão pela instrumentalização dos
sindicatos, em detrimento da organização dos trabalhadores;
- perdão pela péssima qualidade do atendimento
à saúde pública;
- perdão pela baixa qualidade do ensino;
- perdão pela entrega de nossas riquezas a grupos econômicos
nacionais e internacionais;
- perdão pela devastação da floresta amazônica;
- perdão pelas perdas de direitos sociais do
povo;
- perdão pela violência institucionalizada;
- perdão por termos implantado e mantido em nosso país o
sistema neoliberal, que tem como fundamento o lucro e a concentração de
riquezas, desprezando o ser humano;
- perdão por desprezar os objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, que prevê no Art. 3º da
Constituição:
I – construir uma sociedade livre,
justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
E nós, todo o povo brasileiro,
devemos pedir perdão por nossas omissões, por nossa resignação acomodada diante
de governantes e políticos que fazem alianças espúrias, com tenebrosas
transações, com grave desrespeito à dignidade humana.
Devemos pedir perdão por não
lutarmos por um novo sistema social e político, justo, fraterno e solidário,
que contribua decisivamente para o crescimento humano integral da nossa
sociedade.
A M É M.
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