sábado, 10 de outubro de 2015

UM ROSTINO NA AREIA





















UM ROSTINHO NA AREIA
         Edmílson Martins
         Setembro/2015

Rostinho de anjo na areia
Meu Deus, quanta crueldade!
O mundo está precisando
De nova humanidade
Dotada de mais ternura
Com mais amor e bondade.

O mar bom e generoso
Devolveu o anjo menino
Perguntando ao ser humano
Por que tanto desatino
Agasalhando na areia
O rosto tão pequenino.

Famílias no oceano
Buscando refúgio e paz
Fugindo do seu país
Onde não suportam mais
A violência da guerra
Com a maldade que traz.

Os horrores são tão fortes
Que o povo forte desterra
Prefere correr os riscos
A sofrer horror da guerra
Prefere os riscos do mar
A ter maltrato na terra.

Os senhores da ganância
Do lucro e podres poderes
São os Herodes hodiernos
Plenos de orgulho e quereres
Que matam seres humanos
Para seus torpes prazeres.

Em toda parte do mundo
Ouve-se um grito de dor
De gente civilizada
Expressando seu clamor
Contra esse crime horrendo
Que a todos causa pavor.

Que esse crime hediondo
Vergonha do ser humano
Sirva para despertar
Pra luta contra os tiranos
Que só semeiam na terra
Sofrimento e desengano.

Aquele rosto na areia
Do bom menino inocente
Está clamando justiça
Solicitando da gente
Que não fiquemos alheios
Parados, indiferentes.

Aquele tenro menino
Com seu rostinho na areia
Parece curvar-se ao mar
Agradecendo às sereias
Por tê-lo trazido à terra
Através da maré cheia.





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