ANTIGO
CARNAVAL
Edmílson Martins
Fev./2015
Ah! que
saudades que tenho
Do
antigo carnaval
De
meninos mascarados
Bate-bola
e coisa e tal
De
blocos se organizando
Bem em
frente ao meu quintal.
No meu
bairro a animação
Começava
na verdade
Com o
batuque no clube
Bacanas
da Piedade
Que
marcou vida do bairro
Deixando
muita saudade.
Ensaiava
às sextas-feiras
E toda
a gente animava
Batucava
a noite toda
E a
ninguém incomodava
Nos
dias de carnaval
Pelas
ruas desfilava.
Nossos
meninos do bairro
Alguns
grupos planejavam
Um mês
antes da folia
Os
trabalhos começavam
Preparando
as fantasias
Com
desenhos que criavam.
Nos
dias de carnaval
Pelas
ruas caminhavam
Juntos
aos blocos de bambas
Que nas
ruas desfilavam
Sentiam
logo o contágio
Que aquela
gente criava.
De
sábado a terça-feira
Cruz de
Souza e Paraná
Eram
palco de alegria
Todo
mundo estava lá
Bate-bolas,
bailarinas
Todos
queriam pular.
Os
coretos com bandinhas
Símbolos
do carnaval
Levando
adultos e crianças
Para a
alegria total
Davam
sabor ao folguedo
Com
respeito e na moral.
Hoje
tudo é vazio
Já não
há mais carnaval
Em ruas
outrora alegres
A
tristeza é geral
Todo
mundo recolhido
Com
medo de marginal.
Já não
há mais bate-bola
Nem
grupos nem mascarados
Crianças,
jovens, idosos
Hoje olham
desanimados
Um
carnaval virtual
Com
blocos distanciados.
Hoje
todos se perguntam
O que
foi que aconteceu
Por que
nosso povo alegre
De
repente entristeceu
Aconteceu
por acaso
Ou o
próprio povo cedeu?
Há um
sistema perverso
Que
detesta o popular
Que prefere
um povo triste
Para
poder explorar
Nossa
gente descuidada
Deixou
o sistema mandar.
Querendo
lucro e poder
O
sistema decretou
Que a
cultura popular
É
comida sem sabor
Impôs
valores vazios
E todo
o povo aceitou.
Mas nem
tudo está perdido
Se
houver indignação
Vamos
criar rebeldia
Contra
essa situação
Salvando
nossa cultura
Da
vileza da opressão.
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