sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

MINHA HISTÓRIA EM DÉCADAS : 1 - DÉCADA DE 1940









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MINHA HISTÓRIA EM DÉCADAS


         I – década de 1940


 


             Edmílson Martins


             Fev.2015


 


Vivi toda minha infância


No sertão do Ceará


A vida corria solta


Sem nada a preocupar


Trabalho, roça, família


Muito espaço pra brincar


 


Informações eram poucas


Quase nada se sabia


Mas mesmo pouco sabendo


Vida calma se vivia


Vivendo vida do campo


Com ar puro todo dia.


 


Pouca chuva na verdade


Caía lá no sertão


Mas o pouco que chovia


Bem regava a plantação


Enchia açude e barragem


Deixava alegre o povão.


 


Livros, escolas e tal


A gente não tinha não


Embora lá não faltasse


Estudos e educação


No berço familiar


Sempre se tinha lição.


 


Minha alfabetização


Teve de meu irmão as lições


A minha mãe me ensinava


A recitar orações


O meu pai trabalhador


Me formou nas plantações.


 


O conjunto de vivências


Daquela vida normal


Para mim foram as bases


Duma cultura geral


Que ficou pra toda a vida


Como valor social.


 


Chegando ao final da década


Já na pré-adolescência


Possuía acumulados


Os valores da decência


Que meus pais tinham passado


Com saberes da docência.


 


Assim podia trilhar


Com alguma segurança


Caminhos da nova fase


Com bagagem de herança


Desses bens depositados


Como perfeita poupança.


 


 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ANTIGO CARNAVAL








ANTIGO CARNAVAL


        


          Edmílson Martins


          Fev./2015


 


Ah! que saudades que tenho


Do antigo carnaval


De meninos mascarados


Bate-bola e coisa e tal


De blocos se organizando


Bem em frente ao meu quintal.


 


No meu bairro a animação


Começava na verdade


Com o batuque no clube


Bacanas da Piedade


Que marcou vida do bairro


Deixando muita saudade.


 


Ensaiava às sextas-feiras


E toda a gente animava


Batucava a noite toda


E a ninguém incomodava


Nos dias de carnaval


Pelas ruas desfilava.


 


Nossos meninos do bairro


Alguns grupos planejavam


Um mês antes da folia


Os trabalhos começavam


Preparando as fantasias


Com desenhos que criavam.


 


Nos dias de carnaval


Pelas ruas caminhavam


Juntos aos blocos de bambas


Que nas ruas desfilavam


Sentiam logo o contágio


Que aquela gente criava.


 


De sábado a terça-feira


Cruz de Souza e Paraná


Eram palco de alegria


Todo mundo estava lá


Bate-bolas, bailarinas


Todos queriam pular.


 


Os coretos com bandinhas


Símbolos do carnaval


Levando adultos e crianças


Para a alegria total


Davam sabor ao folguedo


Com respeito e na moral.


 


Hoje tudo é vazio


Já não há mais carnaval


Em ruas outrora alegres


A tristeza é geral


Todo mundo recolhido


Com medo de marginal.


 


Já não há mais bate-bola


Nem grupos nem mascarados


Crianças, jovens, idosos


Hoje olham desanimados


Um carnaval virtual


Com blocos distanciados.


 


Hoje todos se perguntam


O que foi que aconteceu


Por que nosso povo alegre


De repente entristeceu


Aconteceu por acaso


Ou o próprio povo cedeu?


 


Há um sistema perverso


Que detesta o popular


Que prefere um povo triste


Para poder explorar


Nossa gente descuidada


Deixou o sistema mandar.


 


Querendo lucro e poder


O sistema decretou


Que a cultura popular


É comida sem sabor


Impôs valores vazios


E todo o povo aceitou.


 


Mas nem tudo está perdido


Se houver indignação


Vamos criar rebeldia


Contra essa situação


Salvando nossa cultura


Da vileza da opressão.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PRESIDÊNCIA DA CÂMARA















PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
           Edmílson Martins
           Fevereiro/2014
     

Meu amigo Chico Alencar
Parabéns pela vitória
Seus oito votos decentes
Para mim fazem história
Se tivesse muitos votos
Você não teria glória.

E você falou bonito
Em discurso na tribuna
Fez denúncias vigorosas
Sem esconder coisa alguma
Defendeu Congresso ético
Sem trapaças, sem fortunas.

Política que traz vida
Você prega firme e forte
Repudia com firmeza
Política que traz morte
Pois o povo não é gado
Que se prepara pra corte.

Citou Joaquim Nabuco
Um homem de honra e glória
Pra quem prática política
É pra ficar na História
Pra quem não vale política
Sem rumo nem trajetória.

Você defendeu valente
Política com lisura
Condenando ação nefasta
Dos senhores da usura
Que financiam bancadas
Pra depois cobrar fatura.

A Câmara é do povo
Com quem devemos estar
As alianças espúrias
Nos impedem de lutar
Recusar as mordomias
É dever parlamentar.

Sendo eleito presidente
Nesse pleito impopular
Você ficaria triste
Seu nome iria manchar
Mas valeu sua coragem
Da farsa denunciar.

Temos que juntar as forças
Dos que têm boa vontade
Para juntos construirmos
A Nova Sociedade
Com Justiça, amor e paz

Sem perversão, sem maldade.