quinta-feira, 16 de setembro de 2021

MISSA DO ESTUDANTE EDSON LUIZ DE LIMA SOUTO - 1968

 Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e pessoas em pé

 

Igreja da Candelária, 1968, na saída da missa do estudante Edson Luiz, assassinado pela ditadura. Os padres estavam à frente do povo.
 
Fotos históricas!! Quando a fé e a coragem de 2 dezenas de padres enfrentou o batalhão de cavalaria da PM do Rio e impediu uma tragédia! Era a missa de sétimo dia do estudante Edson Luiz, morto covardemente pela repressão da ditadura, em abril de 1968. Muita gente, milhares, mesmo com medo, foi à missa! A ditadura colocou tropas pra todo lado, para agredir os participantes da missa, inclusive muitos idosos e artistas. Os padres que celebravam a missa, ao final desta, pediram para as pessoas não saírem. E depois de conversar entre si, resolveram ir à frente da multidão e proteger o povo da cavalaria. Ia ser um massacre se não tivessem feito isto. Mostraram o amor pelos irmãos, fruto de fé verdadeira, e de imensurável coragem. Algo pra nunca ser esquecido!

 

A NAMORADA

 

 

                      

 


                                       A NAMORADA

                                                Edmílson Martins

                                               Setembro 2021

 

Corria o ano de 1963. Ele já estava no Rio de Janeiro, proveniente do Nordeste. E já trabalhava no Banco do Brasil, depois de quatro anos de estudo e um concurso difícil, com um índice de aprovação de cerca de cinco por cento dos concorrentes.

 Morava no Méier e participava de atividades sociais, através de grupos de jovens que se organizavam em torno da paróquia do Imaculado Coração de Maria. Todos motivados pelas propostas do Concílio Ecumênico Vaticano II, convocado pelo papa João XXIII.

 Tinha 25 anos, em pleno vigor da juventude, cheio de ideias e sonhos. Junto com outros jovens idealistas, desejava mudar o mundo, que estava bem afastado, como hoje, dos ideais de vida propostos por Jesus Cristo.

 Em meio à efervescência da participação religiosa e social, procurava uma namorada. Um amigo, um dia, lhe falou:

- Cara, eu tenho uma amiga e colega de trabalho que é o teu perfil. Quero te apresentá-la. Creio que vai ser um relacionamento que vai dar certo.

 Demorou a apresentação. Até que em um baile no clube em que ele era empossado como diretor, ela lhe foi apresentada. Começaram uma amizade, ao som de sambas e boleros. Muito mais de boleros, com dança e conversas ao pé do ouvido.

 No início, era amizade, que foi se aprofundando, até se tornar namoro comprometido. Foram três anos de conversas, convivência e preparo, até chegar a um acordo definitivo, com perspectiva de casamento.

 No primeiro ano de namoro, todos os dias, no final da tarde, ia esperá-la no Jardim do Méier, onde ela descia do ônibus, procedente da empresa em que trabalhava, localizada no bairro Maria da Graça.

 Passavam pelo Jardim, entre rosas e flores belas, cujo perfume, segundo ele, era inferior ao perfume dela. Diz ele, também, que, entre as flores do Jardim, acompanhava uma Rosa/flor e todas a ele diziam: trate-a com muito amor. Do outro lado da via férrea, pegavam um ônibus para o Encantado, onde ela morava.

 Despedia-se dela sempre na entrada da avenida, onde ficava a sua residência. Só entrou em sua casa depois de um ano de familiaridade e já comprometido, com ideias de casamento. A partir daí, os laços de amizade estendiam-se à família. Eram assim os namoros naquele tempo.

 Resultado, como previu o amigo, o namoro deu certo. Casaram-se, com o testemunho de muitos amigos, e juramento solene: “Prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe”. Estão namorando há cinquenta e sete anos. E deu frutos essa parceria de amor. Têm filhos e filhas, netos e netas maravilhosos.

 Em torno de princípios nobres, fizeram aliança definitiva. Em defesa de valores elevados, juntos, enfrentaram adversidades, tribulações e incompreensões. Juntos, na ditadura (1964/85), sofreram perseguições, opressões e até prisões. Mas, com a força da unidade, resistiram. Continuam namorando, guardando sonhos e esperanças.

 Parafraseando Zé Keti, na música “Opinião”, dizem sempre: “Podem nos prender/Podem nos bater/ Podem até deixar-nos sem comer/Que dos sonhos não abrimos mão/ O namoro é eterno e dele não desistimos, não”.

 Pois é. Que assim seja.

 

 

terça-feira, 14 de setembro de 2021

LIVRO REMOVENDO PEDRAS PDF - LINK

 

 

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