Carta aberta às
autoridades do Rio de Janeiro.
Senhores.
1-Moramos no bairro de Água Santa e queremos relatar a
lastimável situação de insegurança que existe por aqui, como também nos bairros
circunvizinhos.
2- No dia 30 de dezembro de 2015, às 6 horas da manhã,
ao abrirmos o portão para colocar os sacos de lixo na calçada, fomos
surpreendidos por três assaltantes, com armas na mão: dois adolescentes e um
jovem de mais de dezoito anos. Mantiveram-nos sob seu controle, dentro de casa,
durante uns quarenta minutos, com constantes ameaças. Queriam dinheiro e ouro.
Como não tínhamos o dinheiro e o ouro que queriam, levaram uns 150 reais (das
compras), um laptop, um relógio de bolso antigo, com o fundo amarelo, que julgaram
ser de ouro. Ah! Levaram também uma sacola que recebemos na 1ª Conferência
Nacional de Segurança Pública, da qual participamos.
3- Esse incidente nos deixou muito transtornados, mais
inseguros e mais preocupados com a questão da segurança em nossos bairros e em
nossa cidade.
4- Inconformados e, como agentes de pastorais e
comunitários, comentamos o fato com outros moradores. Tal foi a nossa surpresa,
quando soubemos que em quase todas as ruas houve esse tipo de assalto. Os
moradores andam assustados, por isso, não relatam essas ocorrências.
5- Soubemos que em algumas casas, os assaltantes
tiveram a ousadia de usar um caminhão, roubando todos os utensílios domésticos.
E são várias as casas comerciais que já foram assaltadas.
6- Soubemos também que roubos de carros e assaltos a
pedestres acontecem todos os dias e que os carteiros, por falta de segurança,
nem estão entregando cartas em nossas ruas.
7- Esclarecemos que todos esses assaltos estão
ocorrendo no entorno das ruas Torres de Oliveira e Paraná, envolvendo os
bairros de Água Santa, Piedade e Encantado.
Em toda essa região, a ausência de policiamento é total. Por isso, os
assaltantes estão agindo à vontade.
8- Os moradores sentem-se desprotegidos, inseguros e
com medo. Entram e saem de casa, assustados. À noite, não saem. Vivem como em
prisão domiciliar. Já não aguentam mais. Sendo
assim, solicitam urgentes providências das autoridades governamentais, que são
eleitas para garantir a segurança e o bem-estar da população.
9- “O Estado tem, entre suas obrigações
constitucionais, o dever de assegurar aos seus cidadãos e cidadãs, um digno
piso de condições de vida individual e de bem-estar social”. (CNBB-doc.91).
Água Santa –Rio de Janeiro, 02/02;2016.
Edmílson e Maria José