GREVE
DOS MOTORISTAS
Edmílson Martins
Maio/2014
Todo
dia levo gente
Pra
começar no batente
Carrego
pra lá e pra cá
Adultos,
jovens, crianças
Com
cuidado e segurança
Não
deixando machucar
Além de
ser motorista
Correndo
riscos na pista
Eu sou
também trocador
Com uma
mão no volante
Num
pelejar irritante
Sou
duplo trabalhador
Meu
salário muito baixo
Fico
com cara de tacho
Vendo
as contas a pagar
E fico
preocupado
E quase
desesperado
Não me
animo a trabalhar
Sindicato
apelegado
Com
patrão mancomunado
A mim
não mais representa
Pois
acordos arrumados
Me
deixam prejudicado
Envergonham e atormentam
Sendo
assim, eu me rebelo
Minha
indignação revelo
Pois
sindicatos pelegos
Sempre
fazendo lambança
Não
merecem confiança
Querem
salvar seus apegos
Pra
defender meus direitos
Faço
greve, não tem jeito
Mesmo
sem o sindicato
Que tem
direção incapaz
Quase a
ninguém satisfaz
E acha
greve desacato
Com
bases quero ficar
Pra
direitos conquistar
Pois
direção sindical
Está
delas desligada
Ficando
aprisionada
Pelo
poder patronal
A
estrutura sindical
Como
está vai muito mal
Hoje
sem autonomia
Os
sindicatos são frágeis
Fazem
coisas lamentáveis
Que pra
mim é covardia