sexta-feira, 19 de julho de 2013

CHACINA DA CANDELÁRIA


Por Edmílson Martins

No aconchego de Morfeu
Dormiam vários meninos
Eram garotos de rua
Sem lar, sem pais, sem destinos
Foram todos atacados
Por verdugos assassinos

No dia vinte e três de julho
Na triste e fria madrugada
A polícia com frieza
E parecendo drogada
Matou aquelas crianças
Numa covarde emboscada

Logo lá na Candelária
Casa de Cristo Jesus
Que massacrado outra vez
Sem coroa, sem capuz
Morreu naqueles meninos
De balas em vez de cruz

Tristes garotos de rua
Pelo Estado desprezados
É vergonha social
Vivem marginalizados
Não têm devida atenção
São por todos maltratados

Nessa noite de terror
Aos jovens da Candelária
Nosso Estado ofereceu
Abrigo? Não! Funerária!
Meninos na escola? Não!
Esvazia conta bancária

Cruel doutrina de choque
Que provoca muitos danos
Pra promover extermínio
De muitos seres humanos
Para atender à ganância
De usurários e tiranos

Esquecer é consentir
Mas lembrar é combater
Vigilantes estaremos
Pra não mais acontecer.
Tragédia horripilante
Como essa não pode ser

Mas vejo aqueles meninos
Numa grande multidão
Todos vestidos de branco
E fazendo louvação
Ao grande Rei da bondade
Do Reino sem maldição.

Rio, julho de 2011